Três meses após ciclone no RS, moradores seguem alojados em ginásio ao lado de entulho; VÍDEO


Mau cheiro e presença de insetos são algumas das queixas de moradores de Encantado, no Vale do Taquari. Autoridades estimam que ciclone deixou 180 mil toneladas de lixo na região. Moradores desalojados convivem com montanha de entulho em ginásio de Encantado, no RS Moradores de Encantado, no Vale do Taquari, reclamam do mau cheiro do lixo depositado em um terreno ao lado do ginásio onde estão abrigados há três meses. A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul no início de setembro trouxe à região um grande volume de entulho. Os desalojados não têm previsão de voltar para casa. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A prefeitura de Encantado afirma que uma ampla área pertencente ao município havia sido escolhida para receber os resíduos, mas que o grande volume e a demora na retirada acabaram por provocar o acúmulo de lixo próximo ao ginásio. (Leia a nota completa abaixo) Além das 53 vítimas confirmadas pela Defesa Civil e da destruição, as enchentes geraram mais de 180 mil toneladas de resíduos em nove cidades do Vale do Taquari, de acordo com o governo do estado. O resultado foram montanhas de entulhos: restos de casas e móveis destruídos, roupas e alimentos molhados pela água e muita lama. Montanha de entulho ao lado do ginásio municipal de Encantado, onde moradores ainda estão alojados Reprodução / RBS TV Riscos à população A presença do lixo pode trazer riscos à população. No ginásio municipal de Encantado, moradores reclamam da presença de insetos e do mau cheiro. "Tem bastante mosquito. É perigoso para nós por causa da dengue. E tem bastante criança, idoso", comenta a dona de casa Fabiana de Paula, que está alojada no ginásio. A cidade também recebeu uma grande quantidade de entulhos do município vizinho de Muçum, que não tinha espaço suficiente e alugou um terreno na cidade. Para Encantado, vieram cerca de 10 mil toneladas de lixo. A área fica a cerca de três quilômetros do centro do município, que tem 22,9 mil habitantes. O problema dos resíduos também persiste em outros oito municípios. Em Lajeado, a cerca de 120 quilômetros de Porto Alegre, cerca de 20 mil toneladas de entulho aguardam destinação correta. A secretaria municipal do Meio Ambiente comenta que análises serão realizadas para avaliar uma possível contaminação no solo, que poderia demandar outras ações por parte do poder público. "A gente tem em toda região um problema de saúde pública com isso, porque são locais em que as pessoas podem adentrar. A gente não tem esse controle dos acessos para que as pessoas não possam ter algum tipo de problema", comenta Luís Benoitt, secretário municipal de Meio Ambiente de Lajeado. Ao longo dos últimos meses, as prefeituras da região recolheram e colocaram o lixo em vários locais a céu aberto. Apenas na semana passada o governo do estado começou a remover o entulho para um aterro sanitário. O vai e vem de caminhões é intenso nas cidades de Encantado, Muçum e Roca Sales, por exemplo. Segundo a secretaria estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), estão sendo usadas 60 carretas e quatro escavadeiras durante as atividades. Em alguns municípios, porém, a remoção só vai começar no ano que vem, entre janeiro e fevereiro. É o caso de Estrela, onde existem quase 15 mil toneladas de entulho. "A gestão dos resíduos sólidos é uma atribuição dos municípios, conforme lei federal. Entretanto, o governo do estado do Rio Grande do Sul, sensibilizado com o que ocorreu no Vale do Taquari, capitaneou essa força-tarefa para a mensuração desses resíduos e contratação com recursos da Defesa Civil nacional para a correta destinação desses resíduos", explica Marcelo Camardelli, secretário estadual em exercício do Meio Ambiente e Infraestrutura. Força-tarefa passou a colaborar com a retirada de milhares de toneladas de entulho Reprodução / RBS TV Enquanto a retirada dos resíduos não é finalizada, os moradores que estão no ginásio seguem convivendo com o incômodo de ter o entulho como vizinho. "A minha nenê tem alergia à poeira, então isso tá trazendo um transtorno. Às vezes, a gente até fecha essas portas aqui, porque não dá pra aguentar o cheiro", lamenta a dona de casa Vanessa de Souza. O que diz a prefeitura de Encantado Inicialmente, existia a exigência de uma área pertencente ao município para destinação dos entulhos. Por isso, foi selecionada uma ampla região próxima ao Parque João Batista Marquese, sempre com o acompanhamento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. No entanto, devido a demoras na retirada dos entulhos e à grande quantidade gerada, eles acabaram se acumulando próximo ao ginásio de esportes. Agora, com a chegada das máquinas para realizar o serviço, espera-se reduzir significativamente o volume de entulhos no local. Passagem do ciclone extratropical deixa 180 mil toneladas de entulho no Vale do Taquari (RS) VÍDEOS: Tudo sobre o RS

source https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/12/05/tres-meses-apos-ciclone-no-rs-moradores-seguem-alojados-em-ginasio-ao-lado-de-entulho-video.ghtml
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