O Assunto #1.057: Escravidão e reparação histórica


Cerca de 5 milhões de africanos desembarcaram no Brasil na condição de escravizados entre os séculos 16 e 19. Por mais de 300 anos, o desenvolvimento do país se deu à base de mão-de-obra forçada, num negócio altamente lucrativo, sobre o qual instituições brasileiras centenárias construíram o sucesso que mantém suas reputações até hoje. Você pode ouvir O Assunto no g1, no GloboPlay, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio. 🔔 O g1 agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar Cerca de 5 milhões de africanos desembarcaram no Brasil na condição de escravizados entre os séculos 16 e 19. Por mais de 300 anos, o desenvolvimento do país se deu à base de mão-de-obra forçada, num negócio altamente lucrativo, sobre o qual instituições brasileiras centenárias construíram o sucesso que mantém suas reputações até hoje. Uma ação inédita do Ministério Público Federal notificou o Banco do Brasil sobre a abertura de um inquérito para investigar o envolvimento do banco no mercado escravagista. A existência da ação foi revelada com exclusividade por reportagem da BBC News Brasil. Para discutir o processo de reparação histórica de instituições que fomentaram ou participaram ativamente deste crime contra a humanidade, Natuza Nery conversa com Leandro Machado, repórter que primeiro revelou a ação do MPF, e com o historiador Clemente Penna, da Universidade Federal de Santa Catarina e da Fapesc, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina. Neste episódio: Clemente explica que o sistema financeiro brasileiro se sustentou no século 19, em grande parte, por meio de ativos vindos do mercado de escravizados, e que o chamado “segundo Banco do Brasil”, criado na década de 1850, “surgiu para alocar dinheiro antes investido no tráfico [de escravos] de volta para o mercado”; O historiador lista acionistas e diretores do banco à época e que tinham ligação com o processo de escravidão e tráfico de escravos. “Pela maneira que a economia funcionava, eles tinham liquidez, tinham dinheiro”, o que era importante para os traficantes ganharem títulos de nobreza e ocupar cargos. Tudo com o Estado fazendo vistas grossas; Leandro diz que o MPF procura entender a atuação do Banco do Brasil no processo de escravização no século 19. Ele relata que o banco tem 20 dias para responder se reconhece a ligação com traficantes de escravizados, se financiou esses traficantes e o que pretende fazer daqui em diante sobre o tema; O jornalista ainda explica como este caso dialoga com o debate sobre reparação histórica ligada à escravidão, “que vem acontecendo em outros países, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra”, e como este movimento tem gerado investimentos em pesquisas e criação de políticas públicas de reparação financeiras a famílias de escravizados. O que você precisa saber: Banco do Brasil é alvo de inquérito inédito sobre papel na escravidão e MPF pede reparação 135 anos da Lei Áurea: País resgatou 1.201 trabalhadores em condições análogas à escravidão O que é trabalho análogo à escravidão, segundo a lei brasileira Brasil tem mais de 1 milhão de escravos contemporâneos, estima ONG Walk Free VEJA CORTES DO PODCAST O ASSUNTO EM VÍDEO O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Lorena Lara, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Eto Osclighter e Nayara Fernandes. Apresentação: Natuza Nery. Natuza Nery, apresentadora do podcast O Assunto g1

source https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2023/10/02/o-assunto-1057-escravidao-e-reparacao-historica.ghtml
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