Morfina, codeína, oxicodona, fentanil: entenda por que o uso recreativo de opioides preocupa especialistas em todo o mundo


Os analgésicos opioides vêm sendo fabricados pela indústria farmacêutica há mais de 200 anos. E, ainda hoje, são os medicamentos mais poderosos contra a dor. Assista à íntegra do programa. Entenda por que o uso recreativo de opioides preocupa especialistas em todo o mundo Nas ruas, na balada e em centros de tratamento: o Profissão Repórter desta terça-feira (24) investigou quais são as drogas usadas atualmente e os impactos que elas provocam na saúde da população. Uma das principais preocupações mundo afora é o uso recreativo dos medicamentos opioides. No Brasil, a dependência de opioides é alta: três vezes maior que a do crack. Segundo a Fiocruz, pelo menos quatro milhões de brasileiros já usaram algum medicamento dessa classe sem indicação médica. (Conheça a potência de cada dos desses medicamentos mais abaixo) A equipe de reportagem foi até Itapecerica da Serra, em São Paulo, para visitar uma clínica de reabilitação focada na dependência de opioides e conversou com um usuário, que não quis se identificar. Profissão Repórter vai até Itapecerica da Serra (SP) visitar clínica focada em dependentes de opioides “Já usei mais de 30 substâncias ao longo da minha vida. Só que eu sou farmacodependente. Estava usando morfina, codeína e oxicodona”, relatou. Os analgésicos opioides vêm sendo fabricados pela indústria farmacêutica há mais de 200 anos. E, ainda hoje, são os medicamentos mais poderosos contra a dor. Como o risco de dependência é alto, o controle de venda precisa ser rígido e uma prescrição médica é exigida para a venda. Qual a potência de cada um desses opioides? Morfina: descoberta a partir do ópio, que é a seiva da papoula, a morfina é o mais antigo opioide para tratar dor intensa. É também usada como padrão para medir a potência de outros medicamentos da mesma classe. Codeína: opioide mais vendido no Brasil, indicado para dor moderada, é mais fracO que a morfina. Oxicodona: também é vendida no Brasil, é 1,5 vez mais potente que a morfina. Foi esse medicamento que provocou o início a primeira onda de mortes por opioides nos EUA em 1999. Usuários de oxicodona migraram para a heroína – droga ilegal, 50 vezes mais forte que a morfina. Fentanil: o opioide mais potente que existe. É 100 vezes mais forte que a morfina. Uma pequena quantidade é o suficiente para que o medicamento leve uma pessoa a morte. O fentanil é o medicamento da classe dos opioides mais forte que existe. Reprodução/Profissão Repórter O mais potente, o fentanil, apareceu em apreensões no Brasil este ano. A polícia acredita que está sendo usado para potencializar a cocaína e outras drogas. A dependência de medicamentos opioides acontece de forma rápida e, muitas vezes, de forma imperceptível. LEIA TAMBÉM: Profissão Repórter faz alerta para 'droga nova, forte e perigosa' que se espalha entre os jovens Consumo de droga sintética cresce nas ruas, principalmente entre os jovens 'Podemos aprender com a experiência dos EUA', diz pesquisador sobre uso de opioides no Brasil “Em questão de um mês, dois, eu comecei a multiplicar as doses, o consumo. (...) É um prazer momentâneo. Muito intenso de analgesia. Porém, a consequência é muito devastadora”, relatou o paciente da clínica de Itapecerica da Serra. “Basicamente, são duas fontes de entrada. Uma, é o paciente que já busca recreativamente o uso de opioides para ter algum prazer, e a outra, que tem sido a maioria até então, que são pacientes que tiveram dor, fizeram o uso prescrito por um médico, e desenvolveram dependência”, explicou André Malbergier, coordenador do ambulatório de opioides do Hospital das Clínicas. Especialista fala sobre as portas de entrada para o vício em opioides O 'efeito zumbi' das drogas K Segundo o perito criminal Emerson Oliveira, tem sido comum encontrar fentanil e outros opioides misturados nas drogas K, que causam o chamado "efeito zumbi", e têm se popularizado no Brasil. Em São Paulo, a repórter Danielle Zampollo flagrou jovens usando drogas K em um terminal de ônibus na Zona Leste. Terminal de ônibus em SP é tomado por jovens dependentes de drogas K, que causam ‘efeito zumbi’; veja VÍDEO Feita em laboratório, e com nomes diversos, as K pertencem ao grupo de Novas Substâncias Psicoativas. As chamadas drogas K surgiram em laboratórios e têm como base os canabinoides sintéticos. K2, K4, K9: drogas sintéticas saem das sombras, tomam as ruas de São Paulo Entenda o que são as drogas K e por que não podem ser chamadas de maconha sintética Os canabinoides sintéticos agem no cérebro nas mesmas áreas que a maconha atua, mas não são derivados da planta. A reportagem mostra também como funciona o HUB de cuidados em crack e outras drogas, um serviço público que fica no centro de São Paulo. Dados do HUB mostram que 1 em cada 5 pacientes é usuário de drogas K. Epidemia de opioides nos EUA Os Estados Unidos vivem o pico da epidemia de mortes por opioides de toda sua história. Estados Unidos sofrem com uma epidemia de fentanil. Reprodução/Profissão Repórter Só esse ano, mais de 100 mil pessoas morreram por overdose no país, segundo o departamento de saúde norte-americano. O mais preocupante: 60% dessas mortes foram causadas pela mesma droga, o fentanil. Na cidade de Nova Iorque, a situação é ainda pior: de todas as mortes por overdose, 80% estão relacionadas ao fentanil. Estados Unidos vive epidemia e fentanil; entenda Para mostrar a situação por lá, a repórter Mayara Teixeira e o repórter cinematográfico Alex Carvalho foram ao Bronx, bairro com a maior taxa de mortalidade por overdose em Nova Iorque, para conversar com usuários e organizações que oferecem programas de redução de danos. (Veja no vídeo acima) Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo: Edição de 24/10/2023 Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter abaixo:

source https://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2023/10/25/morfina-codeina-oxicodona-fentanil-entenda-por-que-o-uso-recreativo-de-opioides-preocupa-especialistas-em-todo-o-mundo.ghtml
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