Caso Daniel: morte de jogador completa 5 anos sem previsão de julgamento dos réus


Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto em outubro de 2018, em São José dos Pinhais. Ele estava parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, segundo a polícia. Jogador Daniel foi encontrado morto no dia 27 de outubro Reprodução Cinco anos após o assassinato do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, ainda não há previsão de quando ocorrerá o julgamento dos sete réus envolvidos no crime. O jogador de 24 anos foi encontrado morto em 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele estava parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, segundo a polícia. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram O crime aconteceu após Daniel participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha do empresário Edison Luiz Brittes Júnior, de 38 anos. O empresário confessou à polícia ter assassinado o jogador. Relembre o caso a seguir. Quem era Daniel? Daniel jogou pelo Coritiba em 2017 Divulgação/Coritiba Daniel Corrêa Freitas nasceu em Juiz de Fora (MG) e tinha 24 anos. Ele jogou pelo Coritiba em 2017. Revelado pelo Cruzeiro, o meia passou ainda por Botafogo, Ponte Preta, Coritiba e estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento. Nilton Ribeiro, advogado que representa a família da vítima, conta que, além da perda do jogador, a forma como o processo se arrasta é um sofrimento para os familiares de Daniel. "A família está sofrendo muito com estes cinco anos de processo. Eles decidiram não comentar mais e decidiram aguardar a decisão da Justiça. Eu represento a família aqui [com a imprensa] para evitar maiores sofrimentos. Já foi tão doído tudo o que aconteceu e o processo causa uma dor grande ainda neles", afirma Ribeiro. Sete pessoas são acusadas de envolvimento no crime. Veja, a seguir, por quais crimes elas respondem: Edison Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver, corrupção de menor e coação do curso do processo; Cristiana Rodrigues Brittes: homicídio qualificado (motivo torpe), fraude processual, corrupção de menor e coação do curso do processo; Allana Emilly Brittes: Coação do curso do processo, fraude processual e corrupção de menor David Willian Vollero Silva: Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver; Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver e corrupção de menor; Ygor King: Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver; Evellyn Brisola Perusso: Fraude processual. O que dizem os acusados A defesa de Edison, Cristiana e Allana afirmou que "Edison Luiz Brittes Júnior reagiu aos abusos repugnantes praticados pela vítima e aguarda designação do julgamento pelo Tribunal do Júri". A advogada de Eduardo afirmou que o réu aguarda a marcação da data para o tribunal do júri, onde ele "terá a oportunidade de esclarecer os fatos". A defesa de Evellyn destacou, em nota, que a situação dela é diversa dos demais réus, uma vez que é acusada só por fraude processual. Conforme a advogada, Evellyn é inocente e a defesa tem "convicção de que os jurados irão absolvê-la quando compreenderem como os fatos se passaram". A defesa de Ygor e David afirmou que "durante o processo foi comprovado que David e Ygor participaram apenas das agressões dentro da casa e não tiveram qualquer envolvimento no momento do homicídio". Com isso, a defesa espera que os dois sejam responsabilizados "exclusivamente pelas suas próprias condutas e não pelos atos dos outros acusados". LEIA TAMBÉM: OPORTUNIDADE: Polícia Civil abre 123 vagas de estágio em 39 cidades do Paraná; veja como se inscrever TRAGÉDIA: Trabalhador morre após cair de altura de 12 metros em fosso de elevador de indústria CRIME: Cooperativa do Paraná é condenada a pagar R$ 500 mil por assédio eleitoral na campanha presidencial Daniel Corrêa Freitas foi morto em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba Rubens Chiri/saopaulofc.net O crime O jogador de futebol Daniel Correa Freitas, 24 anos, foi encontrado morto na área rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em 27 de outubro. Ele estava parcialmente degolado com o órgão genital cortado, segundo a polícia. O empresário Edison Luiz Brittes Júnior, de 38 anos, confessou em entrevista à RPC e em depoimento à polícia ter assassinado Daniel. Tudo aconteceu depois da festa de aniversário de 18 anos da filha de Edison Brittes, Allana, na noite de 26 de outubro, na qual também estava Daniel, em uma casa noturna de Curitiba. A festa continuou na manhã do dia seguinte na casa dos Brittes. Empresário Edison Júnior, a esposa dele Cristiana Brittes e a filha do casal Allana Brittes Reprodução/TV Globo Edison Brittes alegou, em depoimento à polícia, que Daniel tentou estuprar a esposa dele, Cristiana Brittes, e que matou o jogador "sob forte emoção". Antes de ser agredido e morto, o jogador Daniel trocou mensagens e fotos com um amigo em que ele aparecia deitado ao lado de Cristiana Brittes. Dois dias após o crime, Edison Brittes marcou um encontrou em um shopping de São José dos Pinhais para, segundo a denúncia, coagir testemunhas. A reunião foi registrada por câmeras de segurança. Câmeras de monitoramento mostram o encontro da família Brittes com as testemunhas dois dias após a morte de Daniel Reprodução/RPC Edson foi preso no dia 1º de novembro, em casa, em São José dos Pinhais. Além dele, na época outras seis pessoas foram presas temporariamente pela Polícia Civil suspeitas de envolvimento no crime: Cristiana, Allana, Eduardo Henrique da Silva, namorado de uma prima de Cristiana, Ygor King, Willian David e Eduardo Purkote. Na decisão que determinou as prisões da família Brittes, o juiz disse existir indícios de que Edison, Cristiana e Allana atuaram ameaçando e coagindo testemunhas a apresentar versão uniforme. Para o juiz, se as duas permanecessem em liberdade, poderia haver comprometimento de provas testemunhais. No inquérito concluído pela Polícia Civil, o delegado Amadeu Trevisan afirmou que não houve tentativa de estupro por parte do jogador Daniel contra Cristiana. Além disso, o delegado disse que Cristiana e a filha Allana mentiram em depoimento prestado à polícia. O delegado disse também que o jogador não teve como reagir à agressão que sofreu dentro da casa, pois Daniel estava muito embriagado. De acordo com um laudo pericial, o jogador apresentava 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue e não estava sob efeito de drogas. De acordo com os depoimentos prestados à polícia, Daniel foi flagrado por Edison dentro do quarto de Cristiana, e passou a ser agredido pelo empresário e outros convidados da festa. Depois de ser espancado, segundo a denúncia, Daniel foi colocado vivo no porta-malas do carro de Edison e levado para a área rural de São José dos Pinhais. Eduardo Henrique da Silva, Ygor King e David Willian da Silva acompanharam Edison no carro. De acordo com os laudos do Instituto-Médico Legal (IML) e da Polícia Científica, Daniel foi morto pelas facadas que recebeu no pescoço. A perícia não soube dizer se ele foi mutilado ainda com vida. A perícia também apontou que o corpo de Daniel foi carregado por mais de uma pessoa entre o carro e o local onde o corpo foi encontrado. Andamento do processo O advogado que representa a família da vítima explica que a demora para o andamento do processo pode ser atribuída à quantidade de réus e de recursos. De acordo com o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), atualmente o processo se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme o órgão, desde fevereiro de 2020, quando a instrução processual foi concluída, foram solicitados e julgados "inúmeros recursos às instâncias superiores". Caso todos os sejam recursos negados, o caso volta para o juizado de 1ª instância, no caso, em São José dos Pinhais. Atualmente, dois réus seguem presos: Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Edison Brittes Júnior. Eduardo ficou preso por envolvimento na morte de Daniel até outubro de 2019, quando recebeu autorização da Justiça para responder pelo crime em liberdade. Porém, cerca de um ano depois, foi preso após ser flagrado com drogas em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Estão em liberdade Evellyn Brisola Perusso, que nunca foi presa, Allana Brittes, Cristiana Brittes, David Willian Vollero Silva e Ygor King. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

source https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2023/10/27/caso-daniel-morte-de-jogador-completa-5-anos-sem-previsao-de-julgamento-dos-reus.ghtml
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