Mercado de DJs cresce em Ribeirão Preto, SP, e lança nomes importantes no cenário musical


Do hobby à carreira, procura por cursos de discotecagem aumentou na cidade. Mas, para alcançar sucesso, profissionais da área afirmam que é preciso dedicação e investimento de tempo e dinheiro. DJ Alok é um dos maiores nomes da atualidade Érico Andrade/g1 🎧De casamentos a festas universitárias, os DJs têm conquistado cada vez espaço no mercado. E em uma região como a de Ribeirão Preto (SP), cercada por rodeios, eventos e festivais, não faltam oportunidades para quem quer entrar nesse universo. E o que, para muitos, começa apenas como um hobby, ganha traços de profissionalismo e se transforma em trabalho, como aconteceu com Lozanello, de Ribeirão Preto (SP). 📲 Receba no WhatsApp notícias da região de Ribeirão e Franca “Era um hobby. Eu gostava, mas não tinha ideia de que isso ia virar minha profissão”, conta. CEO de uma agência de DJs em Ribeirão Preto, Ramon Nahime percebe a mudança no mercado de uns anos para cá. Empresário na área de eventos e diretor musical, desde 2019 ele cuida da carreira de artistas como a DJ Turin, um dos maiores nomes regionais da atualidade. “Antigamente, a gente via um mercado muito nichado com grandes artistas. O que vem acontecendo é que os artistas regionais, de cidades como Ribeirão Preto, começaram a ter destaque e chamar atenção do público, até mais que muitos artistas famosos”, diz Nahime. Um dos grandes nomes do mercado nacional, Alok é a grande inspiração para a maioria dos profissionais que está começando. Em 2022, o DJ brasileiro foi eleito pela segunda vez o quarto melhor DJ do mundo no ranking anual da revista especializada "DJ Mag". Na frente dele, estão Dimitri Vegas & Like Mine, que ocupam a terceira posição, David Guetta, em segundo lugar, e Martin Garrix, no top dos melhores. Todos nomes indiscutíveis, de fato. Mas o interior de São Paulo tem provado que tem potencial para fabricar muita gente boa também. Do interior para o mundo Lozanello é o nome artístico de Lorenzo Zanello, DJ de Ribeirão Preto (SP) que conquistou espaço no mercado abrindo show para a banda carioca Melim e já se apresentou em Orlando, na Flórida (EUA). Lozanello na Festa do Peão de Barretos 2023 Foto: Bruzzi O artista de 20 anos, que tocou recentemente na Festa do Peão de Barretos (SP), conta que se apaixonou pela música eletrônica ainda muito novo. “Por volta dos meus 11 anos, sempre tive uma paixão por esse lado da música. Toda a estrutura dos shows me encantava bastante. Foi nessa época que eu comecei a buscar entender e me interessei muito sobre o que era ser DJ”. À época, inspirado por Alok, que conquistava o público com o sucesso ‘Hear me now’, Lozanello já notava os primeiros sinais de que aquilo se tornaria sua profissão. Aos 14 anos, enquanto tocava nas festas dos amigos, o DJ assinou com sua primeira agência. “Aqui eu percebi que a brincadeira acabou e as responsabilidades surgiram”. DJ Lozanello, de Ribeirão Preto (SP) Foto: Bruzzi Também de Ribeirão Preto (SP), Helena Turin, mais conhecida DJ Turin, já dividiu palco com DJ GBR, Dubdogz e Bonde do Tigrão e até voou para a Argentina, em uma turnê especial para os hermanos. Apesar de ter a vida marcada pela música eletrônica desde criança, pois o pai era proprietário de uma boate, foi só aos 16 anos que a artista se apaixonou pelo universo das batidas. “Em 2019, aos 18 anos, eu fiz um curso de DJ e comecei um projeto com uma amiga. Nessa época já comecei a ser agenciada”. Dj Turin amanhece com o público de Ribeirão Foto: Ygor Formigone Tanto Lozanello como Turin falam que é preciso dedicação para conquistar espaço no mercado. A equipe envolvida nos shows de Lozanello, por exemplo, está cada vez maior, como contou o artista ao g1. “Eu tenho todo o pessoal da logística que cuida de todo o transporte e comigo, todos os dias na estrada é uma equipe de nove a dez pessoas. Isso inclui um técnico de monitor, técnico de som, um cara que dispara os efeitos, um filmaker. Por trás de cada show é muita gente envolvida". Do hobby ao profissional Psicólogo, produtor musical e DJ, Christian Stilck foi professor de Lozanello em Ribeirão Preto (SP). Em 1994, ele fez o primeiro curso de discotecagem, na época ainda analógico. Em 2005, surgiu a ideia de compartilhar o conhecimento e agora, 18 anos depois, Stilck tem dedicado o tempo em dar aulas de produção musical e discotecagem. “Atualmente, a procura é grande e meu curso se vende até sozinho. Outro ponto é que nos últimos anos teve um aumento de procura na faixa etária acima dos 40 anos. São os principais motivos: um hobby e uma forma de se integrar com os filhos.” Christian Stilck Foto: Arquivo Pessoal Isabela, de 17 anos, é aluna de Stilk. Ela conta que, quando fez o curso em 2020, pensava que seria apenas um hobby. A mentalidade mudou e, três anos depois, ela cogita seguir carreira. “Refazendo o curso em 2023 e mais velha, percebi que é algo que pode me dar retorno no futuro e hoje em dia penso em me profissionalizar”. A treinadora física Andressa, de 40 anos, conta que foi apresentada ao universo da música eletrônica aos 17 anos e, desde então, se apaixonou. “Comecei o curso há três meses, com o Christian. Como professora, sempre curti fazer os sets para as aulas, então tocar era um sonho que não imaginava que podia se realizar. Hoje quero me profissionalizar”. O professor Christian Stilck com Andressa em uma apresentação da aluna Foto: Arquivo pessoal Investimento alto Engatar na carreira de DJ exige investimento e ele não é baixo. Segundo Stilk, além da parte didática, é preciso desembolsar uma boa grana para os primeiros equipamentos. E os valores podem ir de R$ 3 mil a R$ 15 mil. “Cada módulo de aula do meu curso custa R$1,5 mil e o equipamento inicial pode variar muito, mas vai de R$ 3 mil a R$ 15 mil reais”. DJ Turim se apresenta em Ribeirão Foto: Ygor Formigone A boa notícia é que o mercado de trabalho é grande e muita gente paga por apresentações exclusivas. Atuando como contratante para festas e também gerenciando carreiras, Nahime conta que o valor para se ter um DJ na sua festa pode variar bastante, considerando, principalmente, local e o tempo que o profissional vai tocar. “Às vezes, o mesmo artista que eu vendo por R$ 1 mil em um evento universitário para 15 mil pessoas, posso vender esse mesmo artista por R$ 15 mil em um evento corporativo”. Ainda assim, o empresário acredita que, apesar de ser um mercado com um número grande de interessados, é preciso cautela. “É preciso entender a linha de som que vai seguir, aprender a produzir e interagir com o público. É preciso muita dedicação e trabalho”. *Sob supervisão de Flávia Santucci. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

source https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2023/09/10/mercado-de-djs-cresce-em-ribeirao-preto-sp-e-lanca-nomes-importantes-no-cenario-musical.ghtml
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