Tráfico que tomou áreas da milícia no Rio passa a proibir que carros circulem com vidros fechados


Na noite desta quarta-feira (7), um homem identificado apenas como LC, que faria parte do tráfico de drogas na Gardênia Azul, foi assassinado a tiros dentro da comunidade. Ele teria participado do assassinato do cabo da PM Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como Andinho Polícia. Na guerra entre milicianos e traficantes na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, quem tem pago a conta é o morador. Nas últimas horas, quem vive na região afirma que traficantes do Comando Vermelho teriam dado ordens para que motoristas que entram na favela sigam alguns protocolos. Caso isso não seja feito, esses condutores poderão ser punidos. Setores de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar investigam uma guerra entre traficantes e milicianos na Zona Oeste do Rio. De acordo com esses moradores, os traficantes só permitirão que carros entrem nas vielas da favela com os vidros abaixados, pisca alerta ligado e a luz do salão ligada. Essas regras são utilizadas em favelas sob o julgo do Comando Vermelho. Mensagens que teriam sido distribuídas a moradores da Gardênia Reprodução Nos seis meses, traficantes vem tentando tomar o controle da Muzema, Rio das Pedras e Gardênia. Milicianos que perderam espaço para o tráfico estão executando usuários de drogas e deixando os corpos em áreas de onde foram expulsos para tentar incriminar traficantes. A TV Globo apurou que, entre domingo (4) e quarta-feira (7), quatro corpos foram encontrados na Gardênia Azul. A Gardênia fica na Grande Jacarepaguá, região que há seis meses vive intensas disputas entre traficantes e milicianos — e a mesma do Bateau Mouche, onde um blindado da PM foi destruído nesta quarta-feira (7). Tanto Gardênia Azul quanto o Bateau Mouche são áreas que o Comando Vermelho tomou da milícia. O grupo paramilitar que dominava essas comunidades estão concentrados em Rio das Pedras, impondo uma exploração cada vez mais cruel — e à margem do Estado. Comerciantes denunciam que estão sendo obrigados a pagar taxas cada vez maiores a milicianos, como mostrou o RJ2. A imposição tem um único objetivo: arrumar mais dinheiro para financiar as disputas e invasões. Nos últimos meses, os preços explodiram para os comerciantes: a cartela de ovo que antes custava R$ 12 agora chega a R$ 25; o saco de 3 kg de carvão passou de R$ 8 para R$ 15; o galão de água mineral, de R$ 8 para R$ 14. Mais um assassinato na Gardênia Na noite desta quarta, um homem identificado apenas como LC, que faria parte do tráfico de drogas na comunidade, foi assassinado a tiros dentro da Gardênia. De acordo com moradores da região, LC teria sido um dos responsáveis pela invasão da comunidade e que participou de diversas execuções na guerra contra os milicianos pelo controle do local. Apontado como um dos traficantes que invadiram a Gardênia, LC foi assassinado nesta quarta-feira Reprodução Um dos paramilitares mortos por LC seria o cabo da Polícia Militar Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como Andinho Polícia, executado a tiros em fevereiro no condomínio onde morava, no Anil, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A Polícia Militar chegou a ser acionada até a Avenida Isabel Domingues, mas encontrou LC com as marcas de tiros. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga mais esse caso.

source https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2023/06/08/trafico-que-tomou-areas-da-milicia-no-rio-passa-a-proibir-que-carros-circulem-com-vidros-fechados.ghtml
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