
Caso será investigado pela Polícia Civil, Ministério Público de Goiás e, ainda, pela Polícia Militar. Médico do time diz que Ramón Souza pode ficar até quatro meses sem jogar. Goleiro baleado por policial após jogo diz que está abalado psicologicamente O goleiro Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, diz estar abalado psicologicamente após ter sido atingido por uma bala de borracha disparada por um policial após uma partida contra o Centro-Oeste, em Anápolis, a 55km de Goiânia. A declaração foi dada em vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (11). “É um momento muito difícil, em que a gente fica abalado psicologicamente. Eu estava no ambiente de trabalho e nunca imaginei que chegaria a esse ponto”, lamentou. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp O caso será investigado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público de Goiás e, ainda, internamente pela Polícia Militar. Entenda melhor abaixo. 4 meses sem jogar Goleiro Ramón Souza levado para ambulância após ser baleado com tiro de borracha por PM em Anápolis, Goiás Vinícius Canuto/Grêmio Anápolis A confusão aconteceu na noite de quarta-feira (10) após uma partida pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. O goleiro explicou que a discussão ocorrida no gramado foi 'normal de jogo' e que não houve agressão física naquele momento. "Foi mais bate-boca, empurra-empurra. É normal de futebol" disse. "Ele (policial) empurrou um dos nossos atletas e apontou a arma em direção ao rosto dele. Foi o momento em que eu vi e pedi para ele abaixar a arma. Ele pegou, falou 'vai para trás' e quando eu dei um passo para trás ele efetuou o disparo", detalhou Ramón. LEIA TAMBÉM: ‘Inaceitável’: Ministério do Esporte diz que tiro de bala de borracha de PM em goleiro foi ação desproporcional e violenta 'Me desesperei’: Goleiro baleado por policial após jogo diz que pediu para policial abaixar a arma apontada para amigo 4 MESES SEM JOGAR: Goleiro baleado por policial ficará até quatro meses sem jogar Segundo o médico do time, Diego Bento, Ramón teve uma queimadura na perna e, apesar de ser uma lesão grave, vai se recuperar bem. O médico explicou que o goleiro ficará até quatro meses sem jogar. “Mesmo que tenhamos lavado ficaram alguns estilhaços de plástico, o que pode infeccionar e evoluir mal. Ele perdeu parte do tecido da pele e um pouco do músculo. Foi uma lesão profunda”, afirmou Bento. Questionado sobre a situação emocional e psicológica do goleiro, o médico explicou que ele está preocupado e teve medo de não poder jogar mais. “Ele está abalado, teve medo de ser uma lesão muito grave e de não poder retornar ao campo. O futebol é a vida dele, é natural esse medo”, finalizou Bento. Investigações VÍDEO: PM atira em goleiro com bala de borracha durante confusão em jogo Ao g1, Emilli Bailoni, delegada plantonista, informou que a ocorrência foi registrada na Central de Flagrantes, que foi solicitado o relatório médico do goleiro e o caso será investigado Polícia Civil. O Ministério Público de Goiás (MPGO) também vai investigar o que levou um policial militar a disparar o tiro de borracha contra o goleiro. A investigação foi estabelecida por iniciativa própria e será realizada pelo Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Gaesp). Nota completa ao final da reportagem. Em nota, a Polícia Militar também se manifestou e disse que também vai investigar o caso, por meio da Corregedoria. A corporação ressaltou que o disparo foi feito com uma bala de borracha, que é um armamento menos letal, e reiterou que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros. Veja a nota completa ao final da reportagem. Repúdio O Grêmio Anápolis disse que se tratou de um “ato horrível, inacreditável e criminoso de alguém que deveria prezar pela segurança e integridade das pessoas”. Veja a nota completa ao final da reportagem. “O dia 10 de julho fica marcado por um ato violento, sujo e horrível contra um de nossos jogadores, o que jamais será esquecido”, escreveu o clube. Ainda em nota, o Grêmio Anápolis informou que vai entrar com as medidas cabíveis para o responsável ser punido. O Ministério do Esporte repudiou a atuação da Polícia Militar (PM), considerando o ato como uma ação desproporcional. Em nota, argumentou que a conduta do policial vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem ser garantidos a todos os envolvidos no esporte. Nota completa ao final da reportagem. Nota Ministério Público de Goiás O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e na Segurança Pública (Gaesp), instaurou de ofício (por iniciativa própria) procedimento visando apurar as circunstâncias do disparo de arma de munição de borracha contra o atleta Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, na noite de ontem (10/7), para eventual responsabilização do policial militar envolvido no fato. Estão sendo realizadas diligências investigatórias, tendo sido requisitadas informações sobre medidas adotadas pelo Comando de Correições e Disciplina da Polícia Militar de Goiás. Nota Polícia Militar A Polícia Militar informa que, diante do ocorrido no final da partida entre Grêmio Anápolis e Centro-Oeste, foi determinada, de imediato, a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria para apurar os fatos com o devido rigor. Ressaltamos que o disparo efetuado foi feito com munição de elastômero, conhecida como "bala de borracha", armamento menos letal. A Polícia Militar de Goiás reafirma seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros. Nota Ministério do Esporte É com grande consternação que o Ministério do Esporte tomou conhecimento dos lamentáveis acontecimentos ocorridos durante a partida de futebol entre Grêmio Anápolis e Centro Oeste, pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. A ação desproporcional e violenta por parte da Polícia Militar, que culminou no disparo de uma bala de borracha contra o goleiro Ramón Souza, é inaceitável e deve ser veementemente repudiada. Este tipo de conduta vai contra os princípios básicos de segurança e integridade física que devem ser garantidos a todos os envolvidos no esporte. Nos solidarizamos com o jogador, vítima desta ação desmedida, e com toda a equipe do Grêmio Anápolis, que presenciou e sofreu os impactos deste ato de violência. É inadmissível que profissionais do esporte, que dedicam suas vidas à prática e promoção do futebol, sejam expostos a situações de tamanha agressividade. Este episódio reforça a necessidade urgente de uma revisão nos procedimentos, garantindo que a atuação policial seja sempre pautada pelo respeito aos direitos humanos e pela proteção dos indivíduos. Reiteramos nossa confiança na capacidade das autoridades competentes em conduzir uma investigação rigorosa e transparente, que leve à responsabilização dos envolvidos e à implementação de medidas que impeçam a repetição de tais fatos. É imperativo que se restabeleça a confiança na atuação policial, assegurando que episódios de violência não se tornem uma constante nos campos de futebol. Por fim, destacamos nosso compromisso com a promoção de um ambiente seguro e justo para todos os profissionais e amantes do esporte. Continuaremos lutando por um futebol onde o respeito, a segurança e a integridade física e moral de todos sejam prioridades absolutas, reafirmando nossa posição contra qualquer forma de violência e abuso. Nota do Grêmio Anápolis O Grêmio Anápolis vem a público repudiar o lamentável, ridículo, revoltante acontecimento, no Estádio Jonas Duarte, na noite desta quarta-feira (10). Após o final da partida contra a equipe do Centro Oeste, nosso goleiro Ramón Souza foi atingido de forma covarde por um tiro de bala de borracha, efetuado por um policial da Companhia de Policiamento Especializado (CPE). Um ato horrível, inacreditável e criminoso de alguém que deveria prezar pela segurança e integridade das pessoas, que ali estavam no Estádio Jonas Duarte. O dia 10 de julho fica marcado por um ato violento, sujo e horrível contra um de nossos jogadores, o que jamais será esquecido. O GEA informa que entrará com medidas cabíveis, para que o responsável seja punido e que a justiça seja feita, para que este ato CRIMINOSO, não fique impune. Nosso goleiro foi atendido em campo pelo médico do GEA, Dr. Diego Bento, que dentro da UTI móvel realizou os primeiros socorros.
source https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/07/12/goleiro-baleado-por-policial-apos-jogo-diz-que-esta-abalado-nunca-imaginei-chegar-a-esse-ponto.ghtml