Em entrevista coletiva, na primeira pergunta, um deslize: Joe Biden chamou Donald Trump de vice-presidente dos Estados Unidos, em vez de Kamala Harris. Gafe e insistência na candidatura: coletiva de Biden divide opiniões A coletiva de imprensa do presidente americano, Joe Biden, fez mais parlamentares do Partido Democrata pedirem que ele desista da reeleição. 59 minutos de entrevista. Para a campanha, era imprescindível uma performance impecável. Mas, na primeira pergunta, um deslize: Biden confundiu a vice-presidente Kamala Harris com o rival Donald Trump. "Eu não teria escolhido o vice-presidente Trump para ser vice-presidente se eu não achasse que ela não era qualificada para ser presidente", disse Biden. Mais cedo, ele já tinha confundido os nomes de dois inimigos. Em um evento com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Biden se referiu a ele como Vladimir Putin, presidente da Rússia. Na maior parte da coletiva, Biden falou sobre política externa. A pressão veio mesmo quando foi questionado sobre os 81 anos de idade e sobre os apelos de integrantes do próprio partido para que desista da reeleição. Biden respondeu que se acha o candidato mais preparado: "Eu acho que sou a pessoa mais qualificada para disputar a presidência. Derrotei Trump uma vez e vou derrotá-lo de novo", afirmou. Depois, admitiu: existem outras pessoas capazes. "Há outras pessoas que poderiam derrotar Trump. Mas é difícil começar uma campanha do zero". Uma jornalista perguntou se Biden poderia reavaliar a decisão de ficar na disputa caso as pesquisas mostrassem que Kamala Harris se sairia melhor que ele contra Trump. Biden disse "não". "Não, a não ser que a equipe falasse: 'não tem como você vencer' Eu. Ninguém está dizendo isso, nenhuma pesquisa diz isso". Outra repórter perguntou por que Biden quebrou a promessa de fazer a transição para uma nova geração de líderes na política. Ele disse que mudou de ideia por causa da situação grave que herdou; mencionou a economia, divisões no país e o cenário mundial. No final, Biden soube que Trump já tinha criticado ele por ter confundido o nome da vice-presidente no início da coletiva. Irônico, respondeu nas redes sociais que sabe a diferença entre os dois: Kamala era procuradora. Trump, um condenado da Justiça. A imprensa dos Estados Unidos chegou a dizer que foi a coletiva mais importante da história recente americana. Uma coisa era consenso: seria decisiva para o futuro de Biden. Um mal desempenho poderia significar o fim da candidatura. Já um bom desempenho, uma sobrevida ao presidente. Essa resposta ainda não está clara. Mais de 23 milhões de pessoas assistiram à coletiva. Uma audiência maior do que a do Oscar de 2024. A imprensa avaliou que Biden foi coerente e mostrou domínio sobre assuntos difíceis. Mas, depois da coletiva, três parlamentares democratas afirmaram publicamente que ele deve desistir. O jornal "The New York Times" decidiu fazer um placar. Até agora, 19 de 213 deputados retiraram o apoio ao presidente; 1 de 47 senadores; e nenhum dos 23 governadores do partido democrata. Mas, nos bastidores, os números podem ser maiores. Os doadores da campanha democrata estão preocupados. Fontes informaram à imprensa que um grupo vai congelar o equivalente a R$ 500 milhões em contribuições até que Biden desista. Enquanto os democratas debatem, Joe Biden continua a campanha. Nesta sexta-feira (12), encontrou eleitores no Michigan - estado decisivo para a eleição. Na noite desta sexta-feira (12), um editorial do jornal "The Washington Post" afirmou que Joe Biden segue em negação e precisa lidar com a realidade. O jornal defende que os aliados do presidente tenham uma conversa sincera com ele sobre a possibilidade de desistir da reeleição, e argumenta que a melhor chance de o Partido Democrata vencer a eleição de novembro é apresentar uma "alternativa forte" à candidatura de Biden. LEIA TAMBÉM SANDRA COHEN: Biden enfrenta entrevista como um constrangedor teste de cognição POSSÍVEL SUBSTITUTA: Kamala Harris poderia vencer Trump se substituísse Joe Biden? ALIADA INFLUENTE: Nancy Pelosi, poderosa ex-presidente da Câmara dos EUA, recusa dar apoio público à candidatura de Biden e pede decisão rápida
source https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/07/12/biden-comete-duas-gafes-seguidas-e-aumenta-a-pressao-para-que-desista-de-disputar-a-reeleicao.ghtml
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