
Polícia ouviu mais de 10 pessoas e suspeita de agressões físicas, abuso sexual e violência psicológica. Menino tinha diversos hematomas pelo corpo. Direção da unidade hospitalar diz que o paciente deu entrada em parada cardiorrespiratória. Padrasto é preso pela morte de criança de 3 anos no Rio Reprodução Uma vizinha do casal que foi preso pela morte de um menino de 3 anos disse à polícia que constantemente gritos da crianças eram ouvidos, que ele era trancado e que costumava passar dias sem ir para a creche quando esses episódios aconteciam. A criança morreu nesta quinta-feira (12) depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória, na Zona Oeste do Rio. A testemunha disse ainda que já tinha visto o suspeito beijar a boca da criança. Foi a moça quem viu que o menino estava desmaiado e começou a gritar com o padrasto, dizendo que ele era culpado. Em uma tentativa de argumentar, Daniel Alves Brasil disse que o garoto tinha se afogado em uma bacia enquanto tomava banho. Daniel e Laryssa Bezerra da Silva foram presos em flagrante por tortura com resultado morte, sem direito à fiança, por policiais civis da 41ª DP (Tanque). Segundo os depoimentos, a mulher sabia das agressões e nada fazia. Mãe é presa pela morte de criança de 3 anos no Rio Reprodução/TV Globo Na hora em que foi socorrido, o garoto já estava com parada cardiorrespiratória e com muitos hematomas pelo corpo. Segundo a polícia, as marcas eram tanto recentes, algumas com sangue, quanto antigas - que mostram que ele vinha sendo agredido constantemente. Um alargamento no ânus do menino também foi constatado ainda no hospital, e a polícia suspeita de abuso sexual. Ele tinha marcas roxas na cabeça, na mandíbula e na virilha, lesões no queixo, além do ânus dilatado. Os médicos tentaram ressuscitá-lo durante 30 minutos. Um exame de corpo delito será feito no Instituto Médico Legal para determinar a causa da morte. Daniel Alves Brasil Redes sociais O homem teria tentado fugir do posto médico enquanto a polícia não chegava. "As lesões são evidentes e o relato do padrasto não era compatível. O que chamou atenção foi a quantidade e intensidade dos ferimentos. Em uma breve análise podemos verificar que ele tinha hematomas, lacerações, e pela coloração contatamos que as marcas tanto eram recentes quanto antigas, então tinha um espancamento constante", afirma ele. Testemunhas contaram para a polícia que o padrasto costumava ficar sozinho com o menino, e que a mãe sabia das agressões. Mais de 10 depoimentos foram colhidos pela polícia. Para o delegado, a criança sofria ainda violência psicológica. "A sociedade falhou com essa criança, todos nós falhamos com essa criança porque ela precisava de um socorro e não teve. A tragédia emocionou muito os policiais, os médicos também. Todos temos familiares. Os médicos lamentaram que não conseguiram salvá-lo. Todos nós imaginamos o quanto essa criança sofreu", disse o delegado. Histórico criminal Segundo a polícia, essa não foi a primeira prisão de Daniel. Ele já tinha sido preso em flagrante em 2019 por roubo e, depois, em 2022 por associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo. Em sua primeira prisão, Daniel e mais um comparsa, que não foi localizado, teriam participado de um roubo a uma policial civil em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Enquanto a mulher tentava fugir, ela acabou batendo o carro em um ônibus, o que impediu que eles fugissem usando o veículo. Ainda assim, celular e bolsa da vítima foram levados. Poucas ruas depois, Daniel foi preso em flagrante por PMs e reconhecido pela policial. Por esse crime, ele foi condenado a 6 anos em regime fechado. Daniel Alves Brasil Redes sociais Depois de sair da cadeia em um relaxamento de prisão, Daniel voltou a ser preso junto a outros dois homens em uma boca de fumo na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, em julho de 2022, ele foi flagrado com munição, drogas, celulares e uma moto roubada. Daniel ficou preso por quase um ano, e saiu do presídio em maio de 2023, depois de um alvará de soltura, que foi expedido com a absolvição dos crimes. Além disso, o homem é investigado em vários inquéritos policiais por violência doméstica e familiar contra mulher.
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